Não há espaço que caiba.
Moíra Avelino.
Fracas tonturas envenenam,
Vagas lembranças torturam
Só no abrir de seus lábios
Encontro a névoa que me cura.
Minha janela, antes cerrada,
Agora em sorriso
Caixilha os seus olhos
De vermelho impreciso.
Os sentidos incitam
Uma lógica tendeciosa
Que fazem de meus dedos nuvens
Em suas nuas costas
Perco-me na cortina
Do seu abraço
Pra não mais fuga,
Não mais cansaço.
Moíra Avelino.
Hoje foi um dia difícil
Descendo, sem perspectiva
Nada brota deste solo infértil
O ar é rarefeito e
Sinto o peito apertar
Sufocando l-e-n-t-a-mente meu futuro.
Triste!
Culpa das minhas escolhas
Sempre feitas como se o próximo passo fosse certo.
Errada!
Se hoje a boca é seca e o gosto dos lábios é amargo
Não posso culpar a vida, pois a mim coube
A escolha do frasco.
Moíra Avelino.
Você... Usou, traiu, deixou
Deixou de ser, mas não de possuir
Sob a tua guarda- feroz escolta- fiquei
Iludiu, manipulou, mentiu, feriu.
Feriu a ponto de não mais sentir dor
Cada lágrima, tão singular, queimou
Queimou a pele, por dentro corroeu.
Tua identidade era a minha moldura
Uma prisão cercada por muros invisíveis, indestrutíveis
Teu toque minha algema;
Tuas palavras minha venda;
Teu corpo minha política;
Tua existência minha ciência.
Dominação.
Cada poro hermeticamente vedado
A minha privação o teu mundo, a tua felicidade.
Moíra Avelino.
Copyright 2009 - I'm.OK.a
Theme designed by: Raycreations.net, Ray Hosting, Blogger Layout , House Design