Você... Usou, traiu, deixou
Deixou de ser, mas não de possuir
Sob a tua guarda- feroz escolta- fiquei
Iludiu, manipulou, mentiu, feriu.
Feriu a ponto de não mais sentir dor
Cada lágrima, tão singular, queimou
Queimou a pele, por dentro corroeu.
Tua identidade era a minha moldura
Uma prisão cercada por muros invisíveis, indestrutíveis
Teu toque minha algema;
Tuas palavras minha venda;
Teu corpo minha política;
Tua existência minha ciência.
Dominação.
Cada poro hermeticamente vedado
A minha privação o teu mundo, a tua felicidade.
Moíra Avelino.
houve um tempo em que a gente era verdadeiramente livre
(você sabe do que eu tô falando)
às vezes eu queria ter uma bomba
como no verso
cê já sentiu falta de...